Um assunto melindroso: arbitragem mineira

Tenho o maior orgulho do meu sotaque. Sempre me emociono quando falam de mim e logo relacionam o pão de queijo. Consumo o futebol mineiro. Tenho pay-per-view e leio tudo o que posso do Mineiro. Trabalhar em São Paulo só me distanciou fisicamente e proporcionou a criação de parâmetros. Um deles é bastante incômodo: a arbitragem.

Trabalhei nas 10 primeiras rodadas do Paulista. Os árbitros falharam, entretanto, as falhas são totalmente aceitáveis. Bem diferente do que cansei de ver em Minas.

Nas dez primeiras rodadas do Paulista, em nenhuma (quer que repita?), NENHUMA teve a arbitragem como vilã. Não falo só dos jogos dos grandes – A ARBITRAGEM NÃO FOI VILÃ.

A arbitragem mineira tem erros, enormes erros, no entanto, boa parte da culpa é da Federação Mineira de Futebol. Pare para pensar e responda qual é o papel da Federação Mineira? Ela se posiciona na defesa! Virou balcão de reclamação e não se dá respeito. Deixa para a última hora a definição da Comissão de Arbitragem e não investe dignamente nos árbitros.

Atlético e Cruzeiro pressionam e sempre pressionarão. São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos também. O problema é que a Federação não é escudo para árbitro algum. Quem apita jogo de Atlético e Cruzeiro sempre entra em campo sabendo que está em uma fria. Para evitar ficar mal visto ele erra. Para evitar ficar queimado, erra mais ainda. 

Quando a Federação vai formar árbitros e vai dar a eles o direito de errar e acertar? Já foram 10 rodadas, 200 jogos e até hoje a arbitragem foi um detalhe em São Paulo.

A iniciativa da utilização dos árbitros assistentes adicionais tem sido considerada positiva. O campo de jogo “diminuiu” para os árbitros. Os bandeiras auxiliam e os assistentes mais ainda. E em Minas, quando alguém vai tentar alguma coisa?

Ano passado alguns insinuaram que investiram em concentração para os árbitros. Tentei investigar e questionei e vi meu queixo cair ao saber que a concentração era para jogos que envolvessem Atlético e Cruzeiro. Era a maior prova de que contra eles o erro seria imperdoável!

Quando alguém vai tentar moralizar? Não tomem minha crítica como algo vindo de um desertor das montanhas. Não vivo sem elas. Elas são a moldura da minha vida. Tomem minha crítica como a de um observador apreensivo.

Fonte: texto do Blog do Marra - http://www.blogdomarra.com/?p=919