2010: Um ano perdido?

Chegamos ao fim de mais um ano de nossas vidas e da história do Uberlândia Esporte Clube, que completou 88 anos em novembro passado. Aproveitamos para fazer uma reflexão sobre o que se passou erros e acertos cometidos durante o ano.

Concentrando no nosso clube e aproveitando os números levantados pelo jornalista e blogueiro Wander Thomaz (wanderthomaz.blogspot.com), vou fazer uma análise, sob meu ponto de vista, do que foi bom e ruim em 2010.

O ano de 2010 começou com muita esperança para o torcedor, afinal estávamos no módulo I do campeonato mineiro, o trabalho havia se iniciado com bastante antecedência e tudo parecia estar no caminho certo. Para comandar a equipe foi contratado o treinador Luiz Carlos Cruz com grande experiência e títulos, principalmente no futebol nordestino. Desta região também vieram jogadores que disputaram a serie B do brasileiro (Emerson, Anderson Oliveira, Tita e Paulo Roberto), foram repatriados alguns (Marco Tulio, William de Mattia, Fabio Nunes e Maicon), alguns vieram do sul (Marcelo Regis e Flávio) e alguns ídolos da torcida retornaram (Michel e Guilherme). O grande problema se repetia, após boa disputa da Taça MG 2009, tudo partiria do zero no novo, pois não foi mantida a base do elenco. Após amistosos que mostraram falta de padrão e conjunto do grupo, a estreia estava marcada contra o melhor elenco do campeonato: Cruzeiro. O jogo inclusive foi antecipado para atender interesses do Cruzeiro e da Globo Minas e aí foi o inicio das trapalhadas. Por absoluta falta de competência e experiência em nosso campeonato, o gerente de futebol Vilmar Reinert não conseguiu registrar no BID vários jogadores para a primeira partida. Um time desestruturado e descontrolado em campo não poderia ter outro resultado goleada do Cruzeiro 6 a 0 sob muita chuva. Muito se disse sobre este inicio, desde jogador que recusou a ir na viagem para BH a jogador que recusou a atuar em outra posição, inclusive discutindo com o treinador no vestiário. Não poderia dar certo mesmo.

Na sequência do campeonato, se alternaram jogos regulares (contra América - BH, Uberaba, Ipatinga, Democrata e Atlético) e jogos ruins (contra Caldense, América - TO, Villa Nova, Ituiutaba e Tupi). Mesmo nos jogos que a atuação foi regular, a incapacidade de concretizar em gol as situações criadas levou a perda de pontos importantíssimos. O golpe final nas pretensões do clube foi a mudança de treinador no meio da competição, saindo o confuso Luiz Carlos Cruz e entrando o incompetente Evair Paulino. A derrota no jogo contra o Villa Nova em pleno Parque do Sabiá foi a pá de cal sobre o time. Na minha opinião, foi umas das piores atuações do time nos últimos anos. Nas últimas rodadas,  atuações críticas contra Ituiutaba e Tupi. Rebaixamento confirmado.

Após a tragédia, nova reformulação de elenco e comissão técnica. Com o aval do parceiro Bretas, foi contratada uma comissão técnica experiente e com bons trabalhos anteriores. Chegaram jogadores oriundos principalmente do futebol mineiro como Afonso, Caetano, Rodrigo Posso e Eber vindos do Ipatinga, Julio Cesar e Luiz Henrique do America TO, Celinho e Matheus do Democrata GV e alguns do futebol paulista como os atacante Miller e Lila e o meia Carlos Magno. O time começou a Taça MG sob muitas desconfianças dos torcedores e com razão, o vexame do campeonato mineiro ainda estava vivo em nossas memórias. O inicio foi dificil, foram apenas dois pontos nas três primeiras rodadas, depois o time engrenou e chegou no primeiro lugar na fase. Veio o confronto na semi final contra o Tricordiano, uma vitória e um empate selaram a classificação para a grande final e contra o nosso maior rival. A grande chance de salvar completamente o ano estava clara, porém, apesar do bom volume de jogo, falhas individuais e a contusão de jogadores importantes (Ademilson e Caio) determinaram a nossa derrota.

Terminada a Taça MG, foi feita uma depuração do elenco com a saída de jogadores que pouco ou nada contribuiram, tais como Yan, Miller e Eber. Porém também sairam jogadores importantes e que foram titulares na maior parte dos jogos como Felipe Sanchez, Juninho Cearense, Luiz Henrique e Matheus.

Para a disputa do módulo II 2011 chegaram jogadores experientes ou que vinham sendo observados pela comissão técnica como Marcelo Cruz, Eraldo, Daniel Gigante, Ceará, Danilo Goiano, Hugo Veloso, Peri e Thiago Azulão. Também tivemos um importante reforço fora das quatro linhas a contratação do diretor de futebol Marcelo Araxá que fornecerá o suporte necessário na contratação de jogadores e organização do departamento de futebol do clube. Ele chega com a experiência do trabalho bem sucedido no Uberaba e a capacidade de montar times competitivos sem grandes investimentos.

Assim, quando falamos de futebol no ano de 2010, o torcedor quer esquecer, mas avanços dentro deste aspecto foram conquistados e que não podem deixar de ser apontados. A contratação da comissão técnica, capitaneada por Moacir Júnior, um dos melhores técnicos de Minas Gerais e a do diretor de futebol Marcelo Araxá, significam a quebra de um paradigma na concepção de montagem de times da atual diretoria do Uberlândia Esporte Clube.

Se vamos ser vitoriosos ou não em 2011, é impossível prever. Mas a certeza que teremos um time extremamente competitivo, não temos dúvidas. É torcer fervorosamente para as coisas darem certo.