A cobrança em cima dos garotos da base

O presidente Everton Magalhães Siqueira deu entrevista para o jornal Correio e que foi retransmitida por este blogo, onde disse que os jogadores que foram promovidos do juniores para o profissional, não são mais garotos e vão ser cobrados como qualquer outro jogador.

Afirmou que se não jogarem bem, irão ser dispensados. "Acabou. Não são meninos de base mais. São jogadores profissionais de futebol. Eles vieram para disputar posições. Eles terão chance. Se não tiverem chance, é porque não têm capacidade. E, se não têm capacidade, têm que ir embora. Não estou aqui para dar comida e asilo para ninguém", concluiu o dirigente.

Os garotos que foram promovidos do juniores para o profissional são: Alex (goleiro), Pablo (zagueiro), Denner (lateral direito), Chiquinho e Luiz Guilherme (volantes), Adãozinho (meia) e Guma (atacante).

Estes garotos fizeram história nas bases do Verdão, indo até as quartas-de-final da Taça BH de Futebol Júnior, classificando em quarto lugar no campeonato mineiro de juniores, foram campeões do interior e ainda conseguiram a inédica classificação em campo na Copa São Paulo de Futebol Júnior, a maior competição de bases do Brasil.

Todos estes feitos foram conseguidos porque eles tem seus méritos e mostraram muito futebol. Eu assisti várias partidas dos juniores e foram bons jogos, com muitas jogadas ensaiadas e mostrando uma qualidade excelente dos jogadores.

Entendo que esta pressão nos garotos é uma espécie de terrorismo desnecessário. Existe uma diferença entre jogar com times de juniores e jogar com times profissionais. Os garotos terão que se adaptar e é incongruente exigir que isto seja de imediato. Outra situação é que eles precisam ter a oportunidade de mostrar o futebol deles, dando seqüência na competição. Não se pode dispensar um jogador sem nunca tê-lo testado em campo, como fizeram com o lateral Jeferson e o zagueiro Bruno Bueno, que tiveram raras oportunidades.

A minha expectativa é que estes jogadores tenham chances e que consigam uma seqüência de jogos, porque senão é desperdiçar todo trabalho feito nas bases. Agora que já estouraram a idade de juniores são realmente homens, mas não se pode exigir igualmente deles o que se exigem dos profissionais que há anos jogam em vários times.

Sei que nem todo mundo concordará com a minha opinião, o que é salutar para uma discussão democrática. Mas acho que a cobrança feita pelo nosso presidente em face dos garotos foi exagerada e em vez de estimulá-los, cria-se um ambiente desfavorável, ainda mais com o histórico do UEC de não aproveitar ninguém das bases, com a singular exceção do volante Vertinho.