A maior dificuldade de Ângelo Márcio

Nos últimos anos, o Uberlândia Esporte Clube sempre montou equipes contando com futuros patrocinadores e uma alta bilheteria na perspectiva de estádio cheio em todos os jogos. Os dirigentes acreditavam sim que estavam montando boas equipes e na confiança de que o torcedor iria apoiar e com a arrecadação obtida seria fácil pagar a folha de pagamento.

Culminado à isto e à inexperiência em contratações, eram oferecidos salários altos para os jogadores sem a menor condição econômica de, posteriormente, pagá-los. Acabavam-se os campeonatos de forma pífia, humilhando o manto sagrado e o time extremamente endividado, chegando até o cúmulo de não participar de uma Taça Minas Gerais no segundo semestre de 2011, desativando o motor central do clube - o futebol - para pagar dívidas.

E é justamente esta cultura de que o Uberlândia sempre pagou bem para seus jogadores é que tem sido o maior entrave para Ângelo Márcio, o gerente de futebol do UEC e responsável diretamente por contactar e fechar com os jogadores. A notícia correu pelo Brasil e os jogadores contactados acabam falando com os que por aqui passaram e estes falam que aqui paga bem e que pode pedir alto. 

Até nisto, o Verdão vem sofrendo. Sem nenhum real de patrocínio e baseado apenas no "talvez", tem ouvido proposta de jogadores querendo salários de série B do Brasileiro. Acreditar que a torcida paga? Não, isto não acontecerá mais. Tirando os poucos fiéis, que torcem de verdade, na alegria e na tristeza, o resto é tudo simpatizante, igual mulher interesseira que só está com o marido por causa de seu dinheiro.

Não faço a menor ideia do que Ângelo vem dizendo aos futuros contratados, mas que não se pode fazer mais dívidas de um campeonato para outro, isto não dá mais. Só me falta ano que vem dizerem que não vamos disputar nada no segundo semestre porque abriram as pernas para contratar, fazendo empréstimos e mais empréstimos bancários para garantir um time um campo. Isto não pode e não será feito.

Chega desta cultura ridícula de que comemos arroz e arrotamos caviar (aliás, nem sei o que é caviar). Temos que ter pés no chão. Quem venham somente jogadores comprometidos em subir com o time e que se subirem ficarão para o módulo I de 2014. Pagamos em dia, mas queremos jogadores que não venham apenas pelo dinheiro, mas que saibam que aqui valorizamos jogadores que vestem a camisa e honram o manto sagrado.