quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Das glórias do passado ao "efeito ioiô" em 14 anos

Comemoração do acesso em 2008 (foto por Muriel Gomes)
O time já foi o Furacão Verde da Mogiana, uma homenagem à linha férrea que cortava a região central da cidade; já foi Dão, apelido carinhoso dado pelo radialista Odival Ferreira, comandante da famosa equipe Carcará, da Rádio Uberlândia; e na inauguração do estádio Parque do Sabiá, em 1982, virou Verdão. Este é o Uberlândia Esporte Clube (UEC), fundado em 1922, que, entre as glórias do acesso em 1963, os títulos da Copa CBF em 1984 e da Taça Minas Gerais em 2003 e ainda os acessos em 1999, 2005 e 2008, vive o chamado “efeito ioiô”, com rebaixamentos no Campeonato Mineiro em 1997, 2002, 2006 e 2010.

O time, que ficou conhecido em todo o Brasil como o dono de uma das maiores torcidas do interior, hoje, tem em seus jogos no estádio Parque do Sabiá uma média de 1,7 mil torcedores por partida. A equipe, que em sua história já formou vários jogadores em suas categorias de base, há muito tempo não tem entre os titulares atletas lapidados pelo próprio clube.

A frustração de não ter conseguido o acesso para a elite mineira em 2012 parece ter dado lugar ao conformismo. Mesmo competente na primeira fase do Módulo II deste ano, o UEC não conseguiu empolgar sua torcida e acabou derrapando na fase decisiva da competição. Dessa forma, o time terá que disputar mais uma vez o Módulo II.

A série de fracassos do Uberlândia Esporte começou em 1997, quando o clube era presidido por Pedro Naves. De lá para cá, centenas de jogadores e vários treinadores passaram pela equipe. O segundo rebaixamento veio em 2002, com Custódio Gonçalves Oliveira na presidência. Na “era” Everton Magalhães, o time amargou descensos no Campeonato Estadual em 2006 e 2010.

Atual diretoria organizou clube na parte administrativa

Paralelamente aos fracassos dentro de campo, o UEC viveu também sucessivas crises financeiras, que somente foram superadas a partir de 2006, com a entrada da atual diretoria. Além de quase uma centena de ações trabalhistas, a diretoria ainda teve que resolver questões ligadas ao patrimônio do clube (estádio Juca Ribeiro e Vila Olímpica), que esteve ameaçado de ser perdido em leilões públicos.

A diretoria regularizou a situação burocrática do clube, negociando e pagando dívidas trabalhistas e com o governo federal, o que possibilitou a inclusão do Uberlândia Esporte na Timemania, loteria criada pelo governo federal para que os clubes brasileiros quitem suas dívidas com o INSS e o FGTS.

Em outra frente, uma parceria transformou o velho estádio Juca Ribeiro em um grande supermercado. O clube ficou com as antigas lojas na avenida Floriano Peixoto e rua Cruzeiro dos Peixotos e recebe cerca de R$ 60 mil por mês, referentes ao aluguel do prédio onde funciona o supermercado.

Sem o estádio na região central da cidade, a diretoria investiu cerca de R$ 1 milhão na Vila Olímpica do clube, onde foi construído o centro de treinamento (CT) com alojamentos, academia, refeitório, salão de jogos, sala administrativa e quatro campos oficiais. De acordo com a diretoria, o patrimônio do UEC está avaliado em cerca de R$ 80 milhões.

Fonte: Jornal Correio - Texto de Luís Antônio Figueira (editor)

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