quinta-feira, 31 de maio de 2012

Movimentação nos bastidores do Verdão

Texto por Flávio Gomide (*)

O Uberlândia Esporte está com seu time profissional aparentemente parado, com poucos atletas treinando, mas num período que chamo de “entressafra”. A maioria dos jogadores que integraram o Módulo II já se foram, até porque é bom mesmo eliminar o “joio”, que estraga o plantio do “bom trigo”. Nesse período de entressafra, algo já foi plantado e medidas estão sendo tomadas para que o UEC erre menos e acerte mais, visando um futuro mais feliz. 

Dentre essas medidas tomadas, estão a tentativa de contratação do gerente de futebol e ex-goleiro do clube, Ângelo Márcio, a movimentação de uma comissão colaboradora, formada por aproximadamente 25 pessoas, incluindo membros do conselho deliberativo, conselho gestor, sócios da Vila Olímpica e torcedores apaixonados, que se dispuseram a colaborar com seus dons em áreas profissionais diversas. É uma equipe de bastidores que está motivada e que, acima de tudo, ama o clube. 

Essa movimentação nos bastidores me faz lembrar as histórias que meu avô contava sobre o UEC da década de 50 e 60. Me traz a memória a mesma situação do time de 1978/79, que fez trabalho parecido com o de hoje, segundo o colunista esportivo, apresentador e grande amigo Camargo Neto. 

No final da década de 70, Camargo conta que, como conselheiro, participou do arbitral do Campeonato Mineiro, chegando à reunião em BH mais cedo, estrategicamente, para sentar-se na ponta da mesa e dar o tom da reunião, presidida na época pelo Coronel José Guilheme, mandatário maior da Federação Mineira de Futebol. Depois do arbitral, com moral e como líder político regional, o Verdão não tinha nada em caixa nem sequer pra começar a contratar ou começar a planejar algo. A cifra não era pouca ou insuficiente, era zero mesmo. Devido a situação, os conselheiros e colaboradores começaram uma árdua tarefa: levantar fundos para a participação do UEC nos campeonatos profissionais. 

O resultado dessa colaboração não foi apenas positivo, foi espetacular. Os conselheiros e colaboradores saíram “passando a sacola” literalmente, pedindo ajuda aos comerciantes locais, pequenos, médios empresários e torcedores. Quem tinha dinheiro ajudou com dinheiro. Quem mexia com arroz dava arroz, quem tinha padaria dava pão e leite  e assim, dessa forma, humilde e solidária, o Uberlândia Esporte encheu os celeiros e cofres de forma suficiente pra montar um time, que foi base para a brilhante campanha no Brasileirão de 1979, fazendo história e chegando em nono lugar, a nossa melhor colocação em brasileiros da primeira divisão. 

A história em 2012 se repete nos bastidores. Os conselheiros e colaboradores estão trabalhando arduamente, dedicando tempo, fazendo contatos, desenvolvendo projetos voltados para a mesma camada societária e econômica que um dia, por amor ao clube, puseram a mão no bolso e decidiram ajudar. 

Os projetos sairão em breve, até porque a necessidade de hoje é a mesma de 1978. A estrutura administrativa e infra-estrutura de CT com condições para treinamento são importantes e isto o UEC tem. É importante destacar que essa estrutura se paga, mas não paga time. Quem paga time é quem ama, quem tem condições de ajudar pelo simples fato de ter o prazer em ver aquele esquadrão de guerreiros de verde subindo no túnel do Monumental do Parque, para mais um jogo, com bandeiras tremulando, chuva de papéis picados e o grito que nunca se cala há 90 anos: “Verdão! Verdão!” ao som de vozes e instrumentais de um conjunto de apaixonados pelo Furacão Verde da Mogiana. 

Esperamos não só colher os frutos desse trabalho árduo, como ver um time jogando (o que já é uma vitória) e vencendo. Com a ajuda de todos venceremos. 

Como ontem a luta é a mesma agora. Vai Verde!

(*) Flávio Gomide é sócio benemérito e membro vitalício do conselho deliberativo do UEC.

7 comentários:

  1. Flávio, o Camargo Neto entrou em contato comigo e pediu para fazer algumas retificações em seu texto.

    1º) ele afirmou que nunca foi conselheiro do Uberlândia Esporte e de nenhum time. Citou que em 1973 ajudou a Associação Atlética Anapolina, quando morava em Anápolis.

    2º) em 1979, havia um ano que morava em Uberlândia, o Camargo afirmou que ele e mais umas 20 pessoas, entre colegas de imprensa e conselheiros do UEC, subiram a Floriano Peixoto e desceram a Afonso Pena com a "sacolinha", batendo de porta em porta, pedindo dinheiro para disputar o campeonato mineiro. Não houve pedido de pão ou alimentos, conforme citado o texto do Flávio.

    3º) em relação ao arbitral na FMF, Camargo afirma que foi junto com o então presidente José Gomes de Fátima na condição de seu advogado e que ele tomou as rédeas da reunião e colocou o campeonato do jeito que ele queria.

    4º) no final do campeonato mineiro, como o Uberlândia estava indo bem,a FMF quis prejudicar o Uberlândia, afirmando que a fase final somente aconteceria em estádios com capacidade de, no mínimo, 15 mil torcedores. O Juca Ribeiro tinha a capacidade somente de 12 mil. Camargo sugeriu ao então presidente José Gomes que conseguisse na via política a alteração da capacidade do Juca para 16 mil, através de uma correção no arquivo do UEC na CBF e isto foi conseguido através da ajuda de um importante político uberlandense.

    Então, Camargo e José Gomes foram na FMF e como ela era muito bagunçada na época não conseguiram achar a capacidade do Juca Ribeiro. Camargo então solicitou que pedisse um fax da CBF do arquivo do UEC onde constava a capacidade de público e o fax chegou com os 16 mil e Cruzeiro, Atlético e América tiveram que jogar em Uberlândia a fase final.

    Bom, isto foi o que anotei da ligação que recebi do Camargo Neto.

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    1. Caro Renato e Camargo, boa tarde!

      Lí as retificações, e vou explicar o equívoco de informações.

      1°. Tentei homenagear o Camargo, mas acho que deveria passar o texto para ele revisar e aprovar antes da publicação.
      2°. As informações pertinentes ao arroz e a padaria não são de fonte do Camargo, mas sim das histórias do saudoso "Vovô Nilson", que sabia tudo e mais um pouco do UEC, e na época ele me disse que o presidente do UEC mexia com arroz, e ajudava com arroz.. tinha fabrica de refinamento e embalava os fardos.
      No mais, creio que o texto está coerente, mas confesso e reforço que deveria ter passado pro Camargo antes de publicar.

      Forte abraço aos dois!!!

      Flávio Gomide.

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  2. nossa gente só comecei a ler a matéria aqui, apenas o 1º paragrafo, mas desisti de ler o restante...

    O time q foi montado pra este ultimo módulo 2, era formado por bons jogadores, mas a falta de entrosamento custou caro (pois o time foi montado de ultima hora)

    e o autor da matéria teve a capacidade de comemorar o desmanche do time. Afirmando que nãoo ter uma sequencia de um time fixo foi uma coisa boa. Que vergonha!

    Ano que vem montaremos um time às pressas novamente, sem entrosamento e sem um padrão de jogo e vai dar no que deu esse ano, graças às "mentes brilhantes" que acham bonito desmanchar e remontar o time, sem sequencia de trabalho.

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  3. Caro ANONIMO,se voce pegasse o tempo que voce gastou pra digitar esse seu texto,e usasse ele para ler o texto do Flávio Gomide,e o comentário do Renato Rodrigues,voce nao teria escrito "bobagem",e outra,o time do UEC esse ano não foi montado de ultima hora,eu concordo que o time nao deu certo,mais o UEC foi o primeiro time do modulo 2 a começar os trabalhos para a disputa do campeonato.

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  4. não importa se o UEC foi o primeiro ou o ultimo do modulo 2 a montar o time, a questão é: COM 2 MESES NÃO SE FAZ ENTROSAMENTO. E foi isso custou a eliminação do UEC, não só em 2012, mas nos anos anteriores tbm.

    E vc, Joao Paulo, eh o cara q mais muda de opinião aqui no blogue, que moral vc julgar mal o q eu escrevi?

    E outra, vc msmo disse acima q o time não deu certo, e o UEC formou time apenas 2 meses antes do campeonato. Se vc raciocinar, vc vai ver q se mudar a estrategia e formar time antes (jah agora, usar a Taça MG pra entrosar) pode ser a solução.

    Agora se mantivermos a msma atitude (de montar e desmanchar o time) nós vamos ter os mesmos resultados.

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  5. esse joao paulo é o cara que mais muda de opinião aqui no blog e quer achar que só ele tem razão...
    joao paulo se vc não tiver outra coisa pra comentar (que não seja desrespeitar as opiniões dos outros), NÃO COMENTE!

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  6. Caro João Paulo,

    Primeiramente, parabéns por se identificar. O nome dá credito ao comentário ou crítica. Concordo com você quando disse que o time teve tempo para ser montado, treinado e preparado para o Modulo II. Na matéria, quando digo que o joio foi eliminado e que sobraram poucos, demonstra que não gostei do time do modulo II. Porém, vale ressaltar que ficaram o zagueiro Henrique, o lateral Ceará, o bom atacante Mateus, o meia Bruno Henrique, que é bom mas não foi aproveitado, Guma, Renan e Paulão. Isso não é base, mas já é alguma coisa para o próximo campeonato.

    Forte abraço;

    Flávio Gomide

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