Eduardo Anchieta contesta declarações de Everton Magalhães

O ex-presidente e candidato de oposição nas eleições do Uberlândia Esporte Clube (UEC) Eduardo Anchieta disse que vários problemas, principalmente de ordem financeira, encontrados pela atual diretoria do clube, em janeiro de 2006, também foram encontrados por ele, quando assumiu a presidência do Verdão em 2002. Apesar de não apresentar documentação completa, Anchieta contesta as declarações feitas pelo atual presidente do clube, Everton Magalhães, publicadas na edição do CORREIO de Uberlândia do dia 29 de julho, na página A12 (clique aqui).

De acordo com Eduardo Anchieta, as cerca de 85 ações trabalhistas, citadas por Everton Magalhães vinham de administrações passadas. “Não tenho certeza, mas acho que, no meu período foram de 10 a 15 ações, que com as herdadas por mim, totalizaram este número apresentado pelo atual presidente. Isso é uma situação natural em qualquer clube e, no caso do Uberlândia Esporte, é um problema que vem desde administrações passadas. Quando assumi em 2002, o clube estava como um barco à deriva, não tinha patrocinador fixo, por isso as dificuldades eram tão grandes”, disse.

Sobre um “gato” (ligação clandestina) da Cemig, no estádio Juca Ribeiro, Eduardo Anchieta, disse que a falta de recursos obrigou essa clandestinidade, mas negou que tinha conhecimento do assunto. “Essa palavra gato é muito estranha, prefiro dizer ligação clandestina, que existia sim, fruto das dificuldades financeiras. Os atletas precisavam tomar banho; enfim, o estádio precisava ter energia. A própria Cemig era conivente com essa situação, ela olhava o clube com preocupação, dava um tempo para que negociássemos uma ou duas contas para que o estádio não ficasse sem energia. Era uma situação que eu não tinha conhecimento, porque eu estava preocupado com outros projetos voltados para o fortalecimento do clube. Então, alguns diretores e funcionários fizeram o que podiam neste sentido”, disse.

Em relação aos oito processos referentes a débitos com o Dmae, Eduardo Anchieta disse que não tinha conhecimento do problema naquela época. “Era um hidrômetro único, que, depois na nossa gestão, foram individualizados. Então, se uma loja ou mesmo o Uberlândia Esporte deixou de pagar, é certo que este débito conste em dívida ativa. Mas é aquilo que eu já disse. Presidente não está ali para olhar se a grama do campo está crescendo ou não, se tem que colocar terra ou não. Portanto, eu não tenho conhecimento dessa situação, mas se for verdade é perfeitamente normal. Qual o clube no Brasil que não vive um problema como este. Acho que estão levantando uma situação, que chega a ser boba, sem nenhuma consequência”, disse.

Anchieta diz que cobra o que é devido

Quanto às promissórias no valor de R$ 111 mil citadas por Everton Magalhães, o ex-presidente disse que elas existem sim e que ele está tentando reaver um dinheiro, que ele retirou de sua conta particular e emprestou ao Uberlândia Esporte. “É totalmente verdade. Assim como outros diretores, inclusive o próprio Everton Magalhães, todos receberam qualquer quantia que fora emprestada ao clube. As promissórias estão assinadas por mim e pelo presidente do conselho, porque é assim que a lei determina. A minha administração foi feita com grande dificuldade financeira, mas totalmente transparente. Quando, às vezes, o time ia viajar, muita gente ajudava financeiramente por meio de doações e cabia à diretoria fazer o complemento na forma de empréstimo”, disse Eduardo Anchieta.

Ex-presidente afirma que não tem problemas com a Justiça

Sobre a possibilidade de o ex-presidente até ser preso, conforme declarou Everton Magalhães, na entrevista publicada no dia 29 de julho, Eduardo Anchieta, com a posse de dois processos judiciais, mostrou que os mesmos já foram arquivados. “Isso é totalmente infundado. Os processos foram arquivados porque não existem provas. Outros processos virão, não em meu nome, e quem sempre responde por isso é o presidente, mas isso nunca acontece, porque juiz pondera, tem critério. Então, estão usando isso apenas como forma de difamação. Querem denegrir a imagem de quem passou com sucesso pelo clube, que foi campeão e quem sempre foi transparente”, disse.

Fonte: Jornal Correio  Edição nº 22.407, de 17/08/2011, pág. A11, matéria escrita por Luis Antonio Figueira e foto por Cleiton Borges.