Comparação equivocada de treinadores

Luiz Carlos Cruz e João Carlos Cavalo vieram em situações diferentes no Verdão

O fato do Uberlândia Esporte Clube buscar sair da paradigma de contratar comissão técnica e jogadores conhecidos do futebol mineiro é elogiado por alguns e criticado por outros. Estes outros, no caso, são os que sentem um frio na barriga de lembrar da última vez que isto foi feito, quando se contratou o diretor de futebol Wilmar Reinert, que contratou uma leva de jogadores vindos do sul do país e como treinador trouxe Luiz Carlos Cruz, o que acabou culminando no trágico rebaixamento em 2010 e que até hoje estamos sofrendo por causa deste pessoal. Alguns internautas compararam a vinda de Cruz à de João Carlos Cavalo, o que acho bastante equivocado. Vou explicar. 

Antes de tudo quero dizer que não culpo Luiz Carlos Cruz pelo rebaixamento de 2010. Enquanto o time estava sendo comandado por ele, ainda tinha um bom futebol. Depois que colocaram o tal do Evair, que veio com a fama do Palmeiras, aí que a coisa degringolou. Mas quem derrubou o Cruz foi uma equipe de rádio mancomunada com alguns torcedores, mas isto não vem ao caso. 

No que se refere a comparações, temos que destacar que Luiz Carlos Cruz, apesar de seu currículo extremamente invejável, ficava claro que estava em franca decadência. Ao contrário, João Carlos Cavalo vem mostrando uma carreira crescente e, neste ponto, aparece uma grande diferença entre dois: enquanto Cruz estava praticamente em fim de carreira, Cavalo agora busca crescer no sudeste para aparecer em um mercado que paga muito mais e tem muito mais visibilidade do que na região norte. 

Outra situação se refere ao diretor de futebol. Wilmar Reinert teve uma passagem tão fraca no Uberlândia quanto à de Paulo Luciano. Não conseguiram, em momento algum, trabalhar nos bastidores com os jogadores. Não conheço o trabalho de Ângelo no que se refere a este quesito, mas espero que ele não deixe a peteca cair e busque sempre uma motivação com cobrança em cima dos jogadores que vestirão o manto sagrado neste segundo semestre. Todo time vencedor tem um trabalho forte de cobrança e pouca tolerância por erros. 

Mas, o melhor comparativo, sem dúvida, é o fato de que o Verdão arriscou com Luiz Carlos Cruz num campeonato mineiro do módulo I e o resultado foi catastrófico. Desta vez, a contratação de João Carlos é para uma Taça Minas Gerais. Se errar, o único mal que pode acontecer é não ganhar o título, mas quatro equipes também não ganharão e ninguém será rebaixado. A hora de correr riscos é agora e a chance de um novo treinador mostrar seu serviço é justamente nestes momentos. O mesmo vale para os jogadores da base e os novos que aqui virão. 

Portanto, não comparem João Carlos Cavalo com Luiz Carlos Cruz. Não estou falando que um é melhor que o outro. As situações que se colocaram no Verdão são totalmente diferentes e, como sempre, torcerei pelo bem do UEC e pra isto torço muito pelo sucesso do novo diretor de futebol, do novo treinador e dos novos jogadores.