quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Eugênio Carlos: técnico quer o Verdão jogando simples

Ex-zagueiro do Cruzeiro, Ceará (CE) e São José (SP) nos anos 1980, o novo comandante do Uberlândia Esporte Clube (UEC) para a disputa do Campeonato Mineiro – Módulo II é Eugênio Carlos, de 47 anos. No Cruzeiro, Eugênio, que também é graduado em Administração de Empresas, ficou por 12 anos, onde também foi treinador das categorias de base. Sua melhor fase como atleta foi no São José (SP), entre os anos 1988 e 1991.

Nos últimos anos, como treinador, Eugênio Carlos acumula quatro acessos no futebol mineiro. Um pelo Itaúna, da segundona para o Módulo II; dois com o Nacional de Nova Serrana, um da Segunda Divisão para o Módulo II, outro, neste ano, para o Módulo I. No ano passado, subiu o Guarani de Divinópolis para a elite do futebol mineiro.

CORREIO: Como aconteceu o acerto com o UEC?

Eugênio Carlos: A diretoria entrou em contato comigo e eu também demonstrei interesse. Foi muito fácil, porque as duas partes queriam estar juntas neste projeto de subir o clube para o Módulo I. Já conhecia o Uberlândia há muitos anos, inclusive como jogador passei muito aperto aqui no Parque do Sabiá, principalmente em 1984, quando o UEC tinha um grande time. Se não me engano, nem conseguimos vencer o Uberlândia nesta época.

Em um primeiro estágio, qual o seu grande objetivo à frente do clube?

É o que eu tenho passado para os atletas. É um objetivo meu e tem que ser deles também. Como um interesse coletivo, nós visualizamos o Uberlândia na Primeira Divisão. E nossa missão é trabalhar muito forte, positivamente e harmoniosamente para poder alcançar este objetivo.

Você acha que o Uberlândia pode ser uma boa oportunidade para alavancar sua carreira?

Com certeza. Eu falo que se eu estivesse em um clube do porte do UEC e tivesse conseguido os mesmos resultados que já consegui, tenho certeza que minha situação hoje seria outra. Mas como na minha vida eu gosto de trabalhar degrau a degrau, sem pressa, vejo uma oportunidade no Uberlândia de dar um grande salto na minha carreira. O Uberlândia está hoje no lugar de time pequeno, mas é grande, e, mais do que isso, precisa pensar como time grande.

Você ainda é funcionário do Cruzeiro?

Eu ainda tenho que resolver essa situação. Quando vim para cá, o Cruzeiro falou que não iria mais me pagar como funcionário. Estou aguardando o pessoal do Cruzeiro me chamar. Aqui, com o UEC, independentemente se eu continuar vinculado ao Cruzeiro ou não, está tudo certo. Acho que essa ligação minha com o Cruzeiro pode até ser positiva para o Uberlândia, porque tenho muito conhecimento e amizade com aquele clube e as pessoas de lá me respeitam e gostam de mim.

Pretende ficar muito tempo no UEC?

Eu gosto de trabalhar em cima de projeto. Estes poucos sucessos que tivemos sempre foram baseados em projetos e numa sequência boa, porque você passa a perceber mais os seus erros e acertos. Espero que isso aconteça, porque se eu continuar aqui por muito tempo é porque o clube vai estar vencendo. Agora, futebol vive de resultado e, de repente, pode partir algo por parte da diretoria para uma liberação.

Quais as principais características das equipes dirigidas por você?

Eu gosto muito de equilibrar. Gosto de equipe técnica, que saiba jogar e que saiba enfrentar as situações de jogo. Procuro trabalhar muito os fundamentos táticos: posse de bola, rebote, movimentação e fazer o time jogar com muito toque de bola e vibração, procurando a vitória independentemente de estar jogando dentro ou fora de casa.

O modo de o Barcelona jogar mudou em alguma coisa a sua filosofia de trabalho?

Eu não vou ser prepotente. É lógico que você aprende com todos. O que eu vejo no Barcelona é algo mais do que um simples modo de jogar. Se você pegar em termos de fundamentos táticos, os que eles têm outras equipes também fazem no futebol europeu. Agora, o Barcelona, além de jogadores de muita qualidade e um conjunto muito bom, o que mais me impressiona é que é um time que não tem vaidades. É um time grande, que pensa grande, mas é humilde. Eles não se importam se estão correndo para o Messi e o mesmo se aplica para o Messi. Você vê neles o respeito mútuo e a alegria em jogar futebol.

Qual a sua participação na montagem desse novo time do UEC?

A diretoria me deixou muito à vontade na montagem do grupo e da comissão técnica. Os jogadores que já tinham acertado eles me perguntaram se continuariam e qual era a minha opinião, e não teve problema algum. Os jogadores que eu pedi também foram bem aceitos pela diretoria. Houve um consenso e um respeito muito grande entre as partes, eu, diretoria e o Marcelo Araxá para chegar nestes atletas que aqui estão.

Pelo elenco formado, você entende que o UEC tem obrigação de subir para o Módulo I?

Temos a obrigação de dar a última gota de sangue para conseguir e trabalhar muito, porque futebol é dentro do campo. Vejo que estamos no caminho certo e nos preparando bem. Ganhamos muito trabalhando neste mês de dezembro porque muitas coisinhas que seriam resolvidas em janeiro resolvemos agora. Temos um grupo de muita qualidade, mas só qualidade não adianta. Tem que trabalhar muito para conquistar o objetivo.

O que você espera da relação imprensa e torcida?

Espero que estejam juntos com o Uberlândia, que estejam unidos e se dedicando ao máximo em prol dessa caminhada. A gente sabe que cada um tem o seu papel e são importantíssimos neste contexto. Se o Uberlândia sobe, é bom para todo mundo. Se o clube continua na Segunda Divisão, é muito ruim, por tudo que a cidade e o clube são e têm. Temos que remar todos no mesmo rumo.

O Parque do Sabiá deve ser uma arma contra os adversários?

Precisamos saber usar esta arma porque, caso contrário, ela pode se voltar contra nós. Temos que ser realistas e trabalhar para que ele funcione a nosso favor. Uma equipe acostumada a treinar e jogar em um campo pequeno vai ter dificuldades para jogar aqui. Se nos prepararmos bem e se tivermos força e qualidade técnica e tática, teremos a obrigação de ganhar os jogos em casa.

Um comentário:

  1. Eugênio, estamos torcendo por você. Se Deus quiser o Verdão volta para o módulo I e de lá não saia nunca mais

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