sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Guto promete Verdão forte dentro e fora das 4 linhas

O jornal Correio fez entrevista com Guto Braga, pouco antes das eleições e trata dos projetos do então eleito presidente. A entrevista foi feita por Éder Soares.

CORREIO: Por que você quer ser presidente do Uberlândia Esporte?

Guto Braga: Porque nós, dessa diretoria, precisamos continuar, visto que faltam três anos para terminar a reestruturação financeira do UEC, para que ele seja, realmente, o único clube de futebol saneado no Brasil. E agora, com o trabalho já feito, temos muito mais condições de focar na parte de futebol, que é o único resultado não expressivo dessa diretoria. Ser candidato é uma situação que aconteceu por eu preencher os pré-requisitos e estar enquadrado naquilo que era exigido pelo conselho deliberativo e a atual diretoria.

Qual será o papel dos seus dois vice-presidentes na administração do clube?

Os vices terão um papel muito ativo. Logo, se porventura formos eleitos, vamos fazer uma reforma no estatuto do clube porque hoje é apenas um presidente e dois vices. Acreditamos que são poucos e iremos ampliar para sete: diretoria de marketing, de futebol, de patrimônio, e assim por diante. Todos estes cargos se enquadram na função de vice. Vai ser uma equipe grande de trabalho. Os vices vão trabalhar e não ficar apenas sentados em uma cadeira.

Para o departamento de futebol profissional, qual será a meta em 2012? E onde você vai buscar recursos financeiros?

O departamento de futebol será dirigido por profissionais do mercado do futebol. Gerente de futebol, que já está contratado e trabalhando, diretor de futebol, também já contratado, e supervisor de futebol. Com relação aos recursos financeiros é uma grande preocupação que temos. Perdemos alguns patrocinadores importantes. Mas, após a eleição, vamos voltar a correr atrás. Já distribuímos vários projetos de publicidade. O UEC é hoje a maior vitrine do mercado de Uberlândia. É a entidade que mais aparece na mídia televisiva, rádio e jornal. Então o clube precisa ter este retorno de seu investidor. Hoje temos apenas o apoio do Café Cajubá e da ElGlobal.

Você já tem uma comissão técnica para ser contratada caso seja eleito?

Já temos uma comissão técnica pré-contratada. Ele já está há 30 dias observando as fases finais das Séries B e C. Este treinador é o Eugênio Carlos Souza, que, nos dois últimos anos, subiu duas equipes do Módulo II para o Módulo I (Nacional, de Nova Serrana, e Guarani, de Divinópolis), e tem mais dois acessos da Segunda Divisão para o Módulo II. Caso sejamos eleitos, ele assume. Toda a comissão técnica também já está contratada. O Eugênio é um treinador jovem, com técnicas modernas, acessível, que sabe dialogar e conversar, além de comprovada competência para acessos. É um perfil que se encaixa no UEC.

E os jogadores? Você já tem nomes?

Já temos 14 jogadores que têm vínculo com o Uberlândia. Já contratados estão o Vertinho (volante), Ceará (lateral-direito), Rodrigo Posso e Marcelo Cruz (goleiros). Os que têm pré-contrato nós faremos uma divulgação nos próximos dias, porque são jogadores que estão disputando finais de campeonatos importantes e queremos preservá-los neste momento. Dia 5 de dezembro apresentaremos com 90% do grupo que disputará o Módulo II. O pré-contrato é uma forma jurídica de prender o jogador. Se ele não vier tem que pagar multa.

Onde estão estes jogadores e qual será o perfil dessa equipe?

Estão disputando Séries B, C e D do Brasileiro, Taça Minas Gerais e vão disputar a Taça São Paulo de juniores. É um perfil de time de Módulo II. Um time alto. Estamos buscando jogadores fortes fisicamente e guerreiros. Precisamos ter um meio de campo criativo, mas que tenha uma zaga que imponha respeito, alas rápidos, e o resto é karatê pra cima.

Vencido o primeiro desafio no futebol profissional, você já tem um planejamento para os dois anos seguintes?

Nossa meta é, o mais rápido possível, conseguindo o acesso para o Módulo I, já no ano que vem disputar o Campeonato Brasileiro – Série D. Nos moldes em que o Mineiro é disputado neste momento, nós só iremos disputar para conseguir entrar na Série D. O UEC quer ser um time de expressão nacional. Disputar um Campeonato Mineiro nas condições de hoje é um grande absurdo e nós precisamos fazer alguma coisa contra isso. A partir do momento que alcançarmos uma Série C, o Mineiro deixa de ser prioridade, caso continue no molde atual, um torneio de 12 equipes. Temos que demonstrar a nossa insatisfação, porque os demais campeonatos regionais têm fórmulas muito mais atrativas do que o nosso.

Como será o seu relacionamento com a Federação Mineira de Futebol (FMF)?

Nestes seis anos que estou no clube, sempre tive boa relação com a FMF, respeitamos o presidente (Paulo Schettino), porém não concordamos com os moldes que a federação pratica no futebol mineiro. Uma prova que o Campeonato Mineiro é um fracasso são os três times mineiros no Brasileiro deste ano. E Cruzeiro, Atlético e América são os grandes culpados porque não querem mudar a fórmula de disputa.
Apesar dessa discordância, o meu relacionamento com a FMF é tranquilo. Vamos levar a nossa insatisfação. Já temos, inclusive, uma pessoa que nos representa na FMF desde setembro. Ele passa o dia inteiro na federação cuidando dos nossos interesses.

E o relacionamento com a prefeitura. Como será?

A prefeitura sempre foi um grande parceiro, principalmente na gestão de Odelmo Leão, que foi o mentor do projeto Craques do Futuro, projeto de onde fazemos a captação de recursos pelo Ministério do Esporte. Independentemente de quem for eleito no ano que vem, o Uberlândia sempre contará com a prefeitura e continuaremos tendo essa parceria aberta e sempre transparente.

E com a imprensa e a torcida?

Tem que haver respeito mútuo. O Uberlândia vive da torcida, e a imprensa esportiva vive do UEC, na sua maioria. É o grande carro-chefe da imprensa. A sintonia entre ambos tem que ser a melhor possível. O clube deve prestigiar, apoiar, demonstrar o carinho para com a torcida e o respeito com a imprensa, dentro das demandas que a imprensa tem com o clube, sem privilégios para este ou aquele veículo de comunicação.

Você já tem um planejamento para as categorias de base, que neste ano não foram bem?

Os resultados das categorias de base, no Campeonato Mineiro, foram muito inferiores aos do ano passado. As categorias de base sofrem um ciclo. O times juvenil e infantil deste ano, por exemplo, estão no primeiro ano da categoria. Ano que vem tanto o infantil quanto o juvenil estarão em um patamar bem melhor. Já o time júnior foi uma decepção muito grande para nós, porque era para ser campeão mineiro neste ano e não foi. A equipe júnior voltará a sofrer no ano que vem porque vai ter uma renovação muito grande. Mas a primeira providência foi trazer o Célio Costa para ser o coordenador das categorias de base. Isso já foi uma ação da nossa futura diretoria, caso sejamos eleitos. O Célio já está coordenando o trabalho para a Taça São Paulo, que começa daqui a dois meses. Precisamos de poucos ajustes na parte técnica, sabemos onde estão os problemas, por isso trouxemos o Célio Costa.

O projeto Craques do Futuro vai continuar na sua gestão?

Este projeto foi um símbolo desta diretoria. É um orgulho continuar com ele. Já aprovamos o quinto projeto consecutivo no Ministério do Esporte, inclusive somos o único clube de futebol no país a conseguir este feito. Foi aprovado 1,5 milhão que será captado das empresas.

Na área administrativa o que precisa ser feito?

Continuar a excelência administrativa, que foi uma marca dessa diretoria e isso continuará sendo feito. Ainda estamos cumprindo os parcelamentos que foram realizados em nível estadual, federal e municipal, e os parcelamentos trabalhistas, que vão até meados de 2013, quando fechamos totalmente as dívidas do clube. Hoje são R$ 60 mil, por mês, que o UEC paga destas dívidas, na área cível, trabalhista, tributária e prefeitura.

Quanto ao estatuto do clube, você acha necessário algum tipo de alteração?

Ele está bem atualizado com relação ao Código Civil Brasileiro. Existem algumas situações, que no nosso ponto de vista precisam ser melhorados. Mas isso depende do Conselho Deliberativo, pois não compete à diretoria executiva propor ou exigir alguma mudança no estatuto. Se o conselho achar por bem convocar alguma assembleia para discutir mudanças que sejam boas, tomará providências.

E a Vila Olímpica do UEC? Você tem algum projeto de revitalização do clube para os associados?

A Vila melhorou muito nestes seis anos. Hoje é o maior patrimônio do UEC com o Juca Ribeiro. Precisamos, sim, fazer alguma mudança em termos de modernização do clube para os associados. O grande problema que temos é que a Vila Olímpica não gera receita, porque todos os contribuintes são remidos. Ela tem um repasse de R$ 30 mil da prefeitura, mas é para manutenção e pagamento de funcionários. Sócios contribuintes não chegam a dez, mensais. A primeira mudança que queremos fazer é que os sócios patrimoniais e beneméritos do clube também tenham acesso ao clube. Hoje apenas os sócios remidos podem entrar. Para isso é necessária a unificação dos estatutos da Vila e do UEC.

Quanto ao CT Ninho do Periquito, você pretende fazer algum tipo de investimento?

O CT não consta neste primeiro ano de mandato. Talvez pequenas correções que possam melhorar o que está lá.

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