quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A cidade tem o time que merece

Muitas pessoas questionam a situação do time profissional de futebol do Uberlândia Esporte Clube, ás vezes de forma até ríspida ou sarcástica, se perguntando nos bares, cafés e praças da cidade: - Porque o Uberlândia Esporte não tem um time a "altura" da cidade? O que falta para termos um time que figure no topo das tabelas, brigando com os grandes e sendo o "orgulho" da cidade? De quem é a culpa por estarmos nessa situação?

Depois de analisar e estudar a história do clube, desde os primórdios da sua fundação até a profissionalização real na década de 60, passando pelos anos áureos de 1979 a 1984, chegando no auge, ou, no ponto máximo de alegria e orgulho em 1984, e depois passando pelo período de queda em 1997 seguido de instabilidade futebolística, financeira e política até 2006, tendo alguns problemas sanados, outros melhorados, e ainda outros que continuam na estaca zero, é possível traçar um paralelo com essa situação e analisar o acompanhamento e comportamento do maior patrimônio do U.E.C. ao longo dessa história, a sua torcida.

Como torcedor apaixonado da terceira geração da minha família, cheguei a uma triste conclusão que cerca e sufoca meu amado time: A cidade de Uberlândia e sua torcida tem hoje o time que merece. Essa cultura de identificação com o desenvolvimento de Uberlândia, seguida do orgulho de ser Uberlandense e de ser filho da Metrópole regional, independente de ter nascido ou não nesse colosso do Triângulo, nos influencía negativamente a querer mostrar a aparência da cidade e refletí-la no nosso "verdão", querendo colocar nosso amado clube um status maior do que ele realmente é. Infelizmente, isso arrebenta com o Uberlândia Esporte Clube.

Vou dar um exemplo:

No último jogo da Premier League, a Primeira divisão da Inglaterra, em maio deste ano de 2011, o tradicional West Ham, time que eu tenho uma grande simpatia e que já foi a base da seleção inglesa campeã do mundo em 1966, estava tristemente rebaixado. Porém ainda jogava em casa pela última rodada contra o Sunderland. O West Ham já estava mais de 4 pontos abaixo dos outros, portanto não tinha chance de se livrar do descenso, mas mesmo assim eu fui no jogo, para me despedir dos "Hammers" pois seria meu último mês de residência na Inglaterra. Pensei comigo, "o estadio estará vazio, mas pelo menos vou ver o goleiro Green e o meio campo Upson que jogam na seleção inglesa." Comprei meu ingresso pelo site do West Ham com uma semana de antecedência e fui tranquilo para o charmoso estádio Upton Park, o Boleyn Ground.

Quando cheguei lá no estádio, uma surpresa. Os 32 mil lugares do estádio do West Ham estavam OCUPADOS. Isso mesmo. Estádio lotado. Mesmo assim a torcida não foi pra xingar, pelo contrário, foi pra mostrar que ama o clube, independente da péssima campanha, e do triste 20º e útlimo lugar na tabela.

Perto do final do jogo, outra surpresa. O Sunderland ganhava o jogo de 3 a 0, em pleno Upton Park, e a torcida do West Ham cantava, euforicamente, com muito amor, e a música tinha um sentido no olhar e nas vozes dos torcedores, que dizia tipo: "Mesmo rebaixado, estarei com os Hammers, pois os Hammers são mais que um clube de futebol."

Isso que é torcer, isso que é amar o clube do coração! Aqui, se o clube não é vencedor, ou se não acompanha o crescimento econômico e social colossal da cidade, todo mundo xinga, joga energia negativa, sai reclamando. Se venceu venceu, se não venceu, paciência. A pressão é válida para que o time cresça, mas tem que amar o clube. É disso que o nosso verdão precisa. O nome do clube é o nome da nossa cidade, ora bolas! Esse time tem que ser amado, pois só isso que vai trazer o verdão de volta. Amar e pagar o ingresso em todos os jogos, levar pelo menos um amigo, levar as crianças ao Parque do Sabiá, amar o time e comprar uma camiseta, uma bandeira, independente da situação.

Força verdão! Se um dia sobrar apenas um torcedor do furacão verde na face da Terra, esse torcedor será eu! Aonde for, levarei camisetas para contar a história do nosso clube, enquanto viver pagarei os ingressos com alegria, e não perderei nenhum jogo, não importa a divisão.

O vídeo acima, do dia do jogo, com o West Ham rebaixado, mas a torcida dando exemplo de como amar o time. Naquele momento o jogo já estava 1 a 0 para o Sunderland.

Texto do torcedor Flávio Gomide, que por muitos anos acompanhou o Uberlândia Esporte Clube na Inglaterra



2 comentários:

  1. ah, isto é verdade mesmo, Flávio. O povo aqui pensa que o Verdão é demais da conta e não passa de um time pequeno e sem apoio de empresariado e torcedor. O povo de Uberlândia não dá qualquer apoio, é bravo, viu.

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